sábado, 4 de julho de 2009

Cinema

Subi na balança e ela respondeu "atenção! Uma pessoa de cada vez!". E eu soube que era hora de começar meu projeto. Voltando do trabalho, eu disse, fizesse chuva ou sol, eu começaria a caminhar. Não choveu. E lá fui eu, de tênis novos e sem ipod: queria estar concentrada, pensar na vida, olhar pro tempo, ouvir o burburinho e o falatório ao meu redor.

Fui andando ao longo do rio. Quinze minutos depois, atravessei uma das últimas pontes e vi um palco, me aproximei. Era a orquestra sinfônica da cidade ensaiando para um festival que começaria naquela noite. Parei para assistir. Alguns segundos depois, surgiram dois bailarinos e começaram a ensaiar seu pas-de-deux. Hipnotizada, esqueci o esporte e a balança. Quando eles terminaram, eu decidi que era hora de seguir em frente.

Já ia longe quando o vozeirão de um tenor ecoou e encheu meus ouvidos e as ruas e essa cidade cheia de histórias com uma melodia linda. O sol começou a se pôr ao longe, se escondendo atrás das colinas que cercam minha cidade. E eu pensando que essas coisas só acontecem em filme...